terça-feira, 19 de março de 2013

Uma Visão sobre o valor da Atividade Física nas Instituições de segurança.

Imagem postada no Facebook (https://www.facebook.com/fardadas)
Atividade Física e sua importância para toda uma Instituição.


Falta estrutura para que toda a corporação comece a ter uma atividade física monitorada e sempre que possível no horário de trabalho, pois, atividade obrigatória nos horários de folga só aumenta o nível de estresse do militar. E ainda por não haver cobrança a respeito da prática de exercícios físicos, os Servidores fazem quando podem. É saliente observar que o treinamento dos profissionais acontece apenas ao ingressar na Corporação e que ocorrem poucos casos de reciclagem.
Contudo, muito pouco tem se prestado atenção à segurança e à saúde daqueles que trabalham nessa área, como é o caso dos Policiais Militares (FRAGA, 2005).
Porém, de acordo com Monteiro et al. (1998), algumas pesquisas mostram que no trabalho a qualidade de vida tem a ver com a produtividade, como também com o próprio indivíduo e sua interação satisfatória com a organização em que atua. Afirmam também, que o estresse, desenvolvido e acumulado no serviço policial além dos distúrbios emocionais, pode originar um número significativo de problemas nos hábitos de saúde, incluindo as doenças cardiovasculares; distúrbios gastrintestinais; excesso de peso; alcoolismo e tabagismo.
As atividades laborais relacionadas à segurança pública estão sob intensa pressão de valores sociais, controles internos (Administração Pública) e externos (sociedade civil). Os policiais lidam diuturnamente, com questões complexas e desgastantes e, via de regra não são bem remunerados e nem sempre contam com apoio das chefias imediatas. Aliada a está realidade, as instituições de Segurança Pública oferecem poucas oportunidades de cuidados com a saúde física, mental e emocional de seus integrantes (SILVA et al., 2006).
Nesse sentido, afirmam ainda que trabalhar em Segurança Pública, por si só, já é um risco à saúde visto tratar-se de uma profissão considerada de alto risco. E, pode ser sinalizado não apenas por uma ameaça física direta, mas também, por uma ameaça simbólica à auto-estima e ou a dignidade, tratamento injusto ou grosseiro, insulto ou humilhação por parte tanto da sociedade civil, como da instituição e, finalmente, a frustração de não realização de objetivos profissionais contidos no mandato policial. Um estado de frustração que é reforçado pela sensação de insegurança da população que com base nas informações, hoje vinculadas em tempo real nos meios de comunicação, contestam e criticam o aparato da Segurança Pública e avaliam negativamente os serviços da polícia (SILVA et al., 2006).
De acordo com Lipp (1996), citado por Silva et al. (2006), quando o indivíduo coloca sua vida em risco, ele vive uma situação de estresse, pois enfrenta um desequilíbrio biológico, onde componentes físicos e psicológicos se manifestam. Devido a isso, o autor afirma que os policiais são os profissionais que mais sofrem de estresse, pois está constantemente exposto ao perigo, à agressão e à violência, devendo freqüentemente intervir em situações de problemas humanos de muita tensão.
Sendo assim, Oliveira (2006) retoma que a atividade profissional desempenhada pelo policial militar é reconhecidamente uma atividade de estresse elevado, sendo necessário, para o desempenho adequado de suas funções, uma atenção especial voltada para a saúde física e mental.
Oliveira (2007) corrobora que o sedentarismo dobra o risco para o desenvolvimento de doenças cardíacas e aumenta o risco de hipertensão em 30%. Sendo, em contrapartida, comprovado que a atividade física reduz a ansiedade e pode prevenir a depressão. Afirma, também, que no Brasil, 70% da população são sedentárias, mas se for levado em consideração que uma pessoa fisicamente ativa é aquela que pratica exercícios físicos por 30 minutos, em intensidade moderada e na maioria dos dias da semana, apenas 10% da população se encaixa neste perfil. Portanto, de acordo com Matsudo (2006), há evidências epidemiológicas apresentadas que permitem concluir que a atividade física regular e a adoção de um estilo de vida ativo, são necessárias para a promoção da saúde. Visto que, ocorre à contribuição para a prevenção e controle das doenças crônicas não transmissíveis, em especial aquelas que constituem principal causa de mortalidade: as doenças cardiovasculares e o câncer.
Por isso, ao analisar os resultados de varias pesquisas realizadas em âmbito nacional sobre a percepção, pode-se entender que a instituição, Policia Militar, em âmbito geral, parece não interferir como forma de incentivo para a prática de atividade física. Que a obrigatoriedade ocorre apenas na fase de formação dos Servidores e, após esse período, essa prática passa a ser intitulada apenas como teste de aptidão física, que é aplicado semestralmente.
Em vista disso, alguns PMs demonstraram que prevalece a percepção individual de cada integrante no que refere a importância e realização eficaz da prática de atividade física voltada para a saúde.
Portanto, diante dos fatos, recomenda-se às instituições, possam investir para o desenvolvimento de programas qualitativos, quantitativos e qualificativos, visando promover à saúde e qualidade de vida dos Servidores Militares Estaduais. Ou seja, aplicar medidas preventivas desde a contratação dos Servidores, até a aposentadoria, tendo também como objetivo, a redução de encargos aos cofres públicos do Estado, por motivos de doença, readaptação ao serviço e também, o desvio de função.

Referencias

BRAZ, Daniela Murari. A Saúde do Policial Militar no Rio Grande do Sul: Acidente de Trabalho na Atividade Física e Treinamento. 2005. 81f. Dissertação (Mestre em Serviço Social) – Faculdade de Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2005.

FRAGA, Cristina Kologeski. A Polícia Militar Ferida: Da violência visível à invisibilidade da violência nos acidentes em serviço. 2005. 259f. Tese (Curso de Doutorado em Serviço Social) – Faculdade de Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2005

MATSUDO, Sandra Maecha. Atividade Física na Promoção da Saúde e Qualidade de Vida no Envelhecimento. Revista Brasileira de Educação Física, v.20, n. 5, p.135-37, set. 2006.

MONTEIRO, L. C. et al. Fatores Sócio-Econômicos e Ocupacionais e a Prática de Atividade Física Regular: Estudo a Partir de Policiais Militares em Bauru, São Paulo. Motriz, v. 4, n. 2, Dez.1998. Disponível em:<http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/04n2/4n2_ART3.pdf>. Acesso em: 19 Mar. 2013.

OLIVEIRA, Hugo Goulart de. Prevalência dos Fatores para Doença Cardiovascular em uma Amostra de Servidores da Brigada Militar do Rio Grande do Sul. 2006, 67f. Monografia (Curso Avançado em Administração Policial Militar) – Academia de Policia Militar. Porto Alegre, 2006.

OLIVEIRA, Kenya Paula M. Educação física e vida com qualidade. Revista Mundo Jovem, um jornal de idéias, v.45, n.373, p.75, fev. 2007.

SILVA, Christianne E. Leal da et al. Relatório de pesquisa Intervenções institucionais no gerenciamento do estresse em servidores da segurança pública de Santa Catarina. Florianópolis, 2006. Disponível em: <http://www.cfh.ufsc.br/~levis/downloads/relatorios/RP-IIGESSPSC.pdf>. Acesso em: 19 Mar. 2013.

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